Contos de Thalúrea: A reencarnação de um depressivo! Capítulo 12
Capítulo 12
Os preparativos acabaram
Está chegando o dia em que vou para a capital da Amicítia, a cidade de Duosolis. A casa está bem agitada. Mara e Luna estão preocupadas com o que vou precisar levar, já que não posso levar muita coisa.
Já garanti que vou levar meus dois livros: o de poções e o dicionário da língua do dragão.
De resto, vou deixar para as duas escolherem.
As meninas estão tomando sol no quintal com Mara cuidando delas, e Brea acabou de sair daqui de casa.
Ela vem todos os meses para tomar minhas medidas e fazer exames, além de monitorar meu crescimento e estudo. Tudo é escrito em relatórios, e esses últimos serão levados conosco.
Ela vai me acompanhar na viagem. Vai se mudar para a capital e continuar como minha inspetora.
Fiquei feliz de poder manter contato com alguém que conheço.
Uma semana se passou. Os preparativos estavam prontos, e as carruagens carregadas se alinhavam numa caravana de sete veículos.
Estávamos à espera da oitava carruagem. Nela viria uma guerreira de nível alto e uma guarnição de soldados para fazer a escolta até a capital. Se o tempo e os cavalos ajudassem, chegaríamos em um mês.
Não tenho ideia de como será uma viagem de um mês como essa. Estou animado.
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A Guerreira que Conhecia a Berserker
Ao ver a poeira da última carruagem chegando, Randolph correu até a entrada da residência dos Rénard. Cavaleiras vinham atrás da carruagem, em ritmo acelerado.
Estacionando atrás das outras, da última carruagem saltou uma guerreira vestindo uma armadura leve de couro, com pequenos pedaços de metal protegendo o peito, os braços e as pernas.
Era uma armadura leve, muito parecida com a que Luna usa quando vai fazer a patrulha.
Luna correu para abraçá-la, e Sorin estava sorrindo, com Elowen e Gwendolyn, uma em cada braço.
— Há quanto tempo! Seja bem-vinda! — falou Luna, enquanto a abraçava.
— Olha só vocês, estão lindos, ainda mais lindos do que antes do casamento.
— A família cresceu, hein? Quem diria que Sorin seria capaz disso tudo?
— Marika! — disse Luna, em tom de reprovação.
— Bom te ver, Marika — disse Sorin, acenando com a cabeça, enquanto as duas meninas beliscavam o rosto do pai.
— Ah, Luna, estou só enchendo ele. Tenho saudades disso, sabe? Depois que nossas duas estrelas saíram do grupo, não fomos mais os mesmos.
— Bem, errr… — tentou falar Luna.
— Não precisa se sentir assim. Ninguém ficou triste por isso. Foi um alívio ver vocês assim. Sua família é linda.
— Muito obrigada! — Luna corava, mas tinha um semblante de orgulho.
— Bom, então este é o patrão — falou Marika, olhando pra mim.
— Muito prazer, sou Randolph Rénard! — ele fez uma leve reverência.
— Oooooooo! Você é muito educado. É mesmo filho da Luna? — disse Marika, sem esperar resposta.
— Prazer, garoto. Sou Marika, guerreira do exército do reino de Amicítia.
— Fui companheira dos seus pais nos tempos de aventureiros e, se quiser, posso contar umas histórias vergonhosas deles no caminho. O que acha?
— É claro, quero saber de tudo! — respondeu Randolph, animado.
— Então, combinado, patrão!
— Pega leve com ele, Marika! — falou Sorin.
— Pode deixar, vou cuidar bem do meu sobrinho.
— Sobrinho?
— É claro, garoto. Sua mãe e eu fomos irmãs de armas por muito tempo. Nos salvamos algumas vezes. Devo muito a ela e ao seu pai também.
— Então, com isso, você e suas irmãs são meus sobrinhos.
— Falando em irmãs, que coisas lindas temos aqui — falou Marika, se aproximando de Sorin e das meninas.
A conversa continuou por um tempo. As cavaleiras que acompanhavam já haviam descido de seus cavalos e estavam conversando.
A maioria usava armaduras completas, enquanto outras tinham armaduras de couro. Havia arqueiras, espadachins e guerreiras de machado.
Elowen e Gwendolyn foram deixadas no colo de Marika e Mara. Luna e Sorin se aproximaram de Randolph.
— Então é isso, meu filho! — disse Sorin, abraçando Randolph com força.
Sorin beijou a testa do filho e, com a mão em sua cabeça, desejou-lhe uma boa viagem:
— Que Cicélia guie seu caminho, que Magiana o fortaleça com sua magia!
Luna já estava em prantos. Puxou Randolph e o abraçou, molhando seu rosto com suas lágrimas.
— Eu te amo, meu bebê. Mamãe vai estar sempre com você, viu?
— Eu sei, mãe, e muito obrigado por tudo! Vou dar orgulho a vocês dois! — falou Randy.
— Você já nos dá orgulho, meu filho. Continue sendo essa pessoa maravilhosa que você já é! — disse Sorin, com lágrimas nos olhos.
Eles sabiam que ficariam muito tempo sem se ver, no mínimo cinco anos, isso se Randolph não fosse para a universidade.
O choro tomou o lugar, e logo Brea e algumas cavaleiras estavam com os olhos marejados. Mas a conferência final já havia terminado. Era hora de partir.
Após conferirem tudo, Randolph e Brea subiram na quinta carruagem. Todas eram idênticas, para enganar quem quer que atacasse, sem saber em qual carruagem eles estariam.
O restante da família estava perto da saída da residência. Randolph colocou o corpo para fora da carruagem para se despedir. Marika gritou:
— Vou cuidar bem dele! — antes de pular para dentro da carruagem.
Assim, os cavalos começaram a se mexer, e a viagem começou.
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