Contos de Thalúrea: A reencarnação de um depressivo! Capítulo 13

 


Capítulo 13



A Viagem 



A viagem estava indo muito bem. Ainda que o balançar da carruagem cansasse, havia muita coisa para ver do lado de fora: florestas e vilas que eu nem sabia que existiam.

Algumas cavaleiras não olhavam para mim, seja pelo tipo irritante de trabalho como escolta ou por acharem exagero toda essa segurança. Acho que é isso.

Quando o comboio parava pela manhã para descansar, eu aproveitava para treinar o corpo e praticava algumas magias. Marika sempre me acompanhava, contava histórias sobre meus pais e dava uma dica ou outra nos exercícios físicos.

Marika ficou abismada ao saber que eu já havia atingido o segundo círculo.

Os dias passaram rápido. Geralmente, à noite, as cavaleiras faziam pequenas disputas de força: queda de braço ou quem empurrava a outra por uma certa distância. Era bem divertido e ajudava a passar o tempo. As barracas eram montadas perto das carruagens, ou usavam as carruagens como proteção.

Alguns monstros eram encontrados no caminho, mas a maioria era pega pelas batedoras que iam na frente com arcos e flechas. Os poucos monstros que cheguei a ver eram slimes e goblins. Goblins, aliás, eram bem comuns na região.

Mas nada de ruim aconteceu.

Passamos por diversas vilas, muitas delas mais desenvolvidas que a vila de Chaj. Quanto mais próximos da capital, mais evidente era a riqueza da região: plantações, casarões e até uma cidade propriamente dita.

Era a primeira cidade que eu via neste mundo, e parecia que eu estava em algum jogo de RPG.

Podia ver a guilda de aventureiros, a igreja em homenagem a Cicélia, a taberna e tudo mais que um cenário medieval teria. Uma vontade gigante de sorrir me tomou enquanto atravessávamos a cidade.

Certa noite, Marika me desafiou para um duelo: espada contra magia. A aposta valeria uma porção de carne seca para o ganhador.


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O Pequeno Duelo

Marika e Randolph se colocaram a uma distância de duelo, e uma das guerreiras ficou no meio deles como juíza. Marika usava uma espada de madeira. Randolph poderia usar magia à vontade; magias de segundo nível não machucariam Marika. Talvez a bala mágica sim, mas Randolph não a usaria contra ela.

Num aceno da juíza, Randolph pegou distância usando magia de vento.

— Szél — falou Randolph, enquanto a magia o levava para trás.

Marika avançou rapidamente. Afinal, a distância não era nada para ela. Porém, ao pisar perto de Randolph, sentiu seu pé afundar numa poça de água e, depois, em barro — um barro profundo que a fez perder o ritmo. Após isso, Randolph invocou bolas de água e as lançou contra Marika, que acertou cada uma delas com a espada. Entoando sem parar, Randolph misturava entoação normal com a língua do dragão, adiantando o tempo das magias. Continuou mandando bolas de água até que o chão ao redor de Marika ficasse molhado.

Marika, vendo que Randolph poderia criar o barro novamente sob seus pés, começou a avançar. Foi então que Randolph lançou uma bola de fogo.

A bola de fogo atingiu o chão, evaporando a água e criando uma nuvem espessa.

Isso não parou Marika, que quase acertou Randolph com um golpe de espada antes que ele se distanciasse novamente com magia de vento. Porém, logo após, Marika conseguiu atingir Randolph na cabeça.

Plau! Randolph levou a mão à cabeça para aliviar a dor.

Tudo aconteceu muito rápido, e as guerreiras ficaram com os olhos arregalados.

— Eu perdi! — exclamou Randolph, enquanto desabava de cansaço. Foi rápido, mas o nível de concentração mágica que ele usou no duelo o deixou exausto.

— Bom, você perdeu, mas perdeu muito bem, garoto! — falou Marika, com um sorriso no rosto.

— Tive que dar três avanços para te pegar. Se você estivesse em um grupo, eu teria sido pega por alguma parceira sua. Três avanços é muita coisa. Peço perdão. E o uso da língua do dragão me surpreendeu, hein? Sorin te ensinou bem.

— Já a uso há algum tempo — respondeu Randolph.

— Bom, já que ganhei a carne de hoje, sua sopa vai ser rala — zombou Marika.

— É justo! — respondeu Randolph, ainda deitado de braços abertos.

Marika ofereceu o braço para Randolph se levantar.

— Muito bem, garoto. Vejo que será um estame digno de Amicítia.

— Pretendo ser — respondeu Randolph, confiante.

As guerreiras riram da fofura de Randolph nesse momento, e um clima de irmandade tomou a viagem. Randolph não sabe se foi o duelo ou o tempo, mas as cavaleiras que não olhavam para ele no começo da viagem passaram a cumprimentá-lo quando passavam pela carruagem.

A caravana que levava Randolph iria se encontrar com magas de combate no caminho. O percurso foi pensado assim porque, em certo momento da viagem, o ataque de monstros aumentaria, e a ajuda das magas seria essencial a partir desse ponto.

Brea passou até esse ponto da viagem falando de como a capital é bela e grandiosa. Randolph percebeu o quanto deve ter sido difícil para ela viver no campo todos esses anos por causa dele. Não que ele se sentisse culpado, mas era inegável o alívio dela ao sair de lá.




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